Apurações indicam pagamentos inflados por quilometragem entre 2022 e 2023
O transporte escolar em Monte Santo está no centro de um grande escândalo financeiro, com indícios de superfaturamento no pagamento por quilometragem que totalizam mais de R$ 8 milhões entre os anos de 2022 e 2023.
Segundo apurações realizadas através do Portal de Transparência do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a Prefeitura de Monte Santo contratou a empresa DMS Transportes por meio do processo de licitação nº 061-2021PE/2021 para realizar o transporte escolar no município.
Apesar do processo licitatório ter ocorrido em 2022, os valores pagos à empresa entre 2022 e 2023 foram significativamente maiores do que os apresentados na licitação. Por exemplo, em maio, o valor pago por quilômetro para ônibus foi de R$ 6,50, enquanto o valor licitado era de R$ 5,20. Similarmente, para micro-ônibus, o valor pago foi de R$ 5,00, apesar do valor licitado ser de R$ 4,75.
A discrepância nos pagamentos gerou um prejuízo considerável para os cofres públicos. Em maio de 2022, o prejuízo foi de R$ 113.021,76, aumentando para R$ 194.944,11 em junho e atingindo R$ 460.075,37. Em agosto de 2022, a irregularidade foi "oficializada" com a concessão de um aditivo à empresa DMS, sem que os valores pagos a mais fossem devolvidos.
Além disso, a Prefeitura de Monte Santo aumentou os percursos de alguns roteiros de forma inexplicável. Por exemplo, o trecho entre Vila Nova e Mansassaia aumentou de 40,72 km para 60,72 km, e o percurso de Poço Salgado a Mandassaia foi ampliado de 24 km para 64,22 km.
Entre maio de 2022 e julho de 2023, a Prefeitura de Monte Santo desembolsou um total de R$ 8.272.856,59, configurando um dos maiores escândalos financeiros já vistos no município.
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