O Drex, também chamado de "real digital", é a moeda digital brasileira em desenvolvimento pelo Banco Central desde 2020. Assim como o real tradicional, ele terá o mesmo valor e será aceito em todo o país, além de ser regulado pelo próprio Banco Central (BC).

Porém, o Drex tem enfrentado críticas, especialmente de setores da direita. Eles argumentam que a moeda digital pode ser usada para vigilância estatal, controle social, e que pode acabar com o uso do dinheiro físico (papel-moeda). Além disso, também há preocupações com a segurança digital e com a exclusão de pessoas que têm pouco acesso à internet ou baixa alfabetização tecnológica.
O que é o Drex?
O Drex é uma moeda digital emitida pelo Banco Central, mas diferente das criptomoedas como o Bitcoin. Enquanto o Bitcoin é descentralizado (sem controle de uma única autoridade), o Drex é centralizado e controlado pelo Banco Central e pelos bancos que participam da sua rede.
Essa centralização é possível porque o Drex utiliza a tecnologia de registro distribuído (DLT), que compartilha informações entre todos os participantes da rede, garantindo segurança e transparência. Para usar o Drex, o usuário precisará de um intermediário financeiro, como um banco, que fará a conversão do dinheiro da conta corrente para a carteira digital.
As críticas
Parlamentares como a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) defendem que o Drex representa "controle social" e afirmam que ele pode ser usado para impor restrições financeiras aos cidadãos. Para evitar isso, Zanatta propôs um projeto de lei que proíbe a extinção do papel-moeda e uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para que a implementação do Drex dependa de aprovação no Congresso.
Outros críticos, como o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), apontam que o Drex pode dar ao governo acesso completo a informações financeiras dos cidadãos e facilitar o monitoramento de transações.
Os benefícios
Por outro lado, especialistas como o professor Fernando Chertman destacam que o Drex pode reduzir custos financeiros, como taxas em transferências internacionais, e facilitar pagamentos com menos tarifas, ajudando pequenos negócios e pessoas sem conta em banco. Além disso, o Drex pode melhorar o controle do Banco Central sobre a política monetária e fiscal, possibilitando medidas como transferências diretas, a exemplo do Auxílio Emergencial.
Os desafios
Entre os principais desafios estão garantir segurança contra ciberataques e preservar a privacidade dos usuários. Como é centralizado, o Drex pode ser vulnerável a abusos, como congelamento de contas ou restrições financeiras. Além disso, há preocupações sobre como incluir populações com pouco acesso à tecnologia.
O Banco Central afirma que a moeda digital será desenvolvida seguindo as leis de proteção de dados e sigilo bancário, mas ainda precisa responder às dúvidas levantadas pelos críticos.
Conclusão
O Drex é uma inovação com potencial para transformar o sistema financeiro no Brasil, mas também levanta dúvidas e preocupações sobre controle, privacidade e inclusão. O debate continua enquanto o Banco Central avança com o projeto.
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